sábado, 31 de maio de 2014

boa nem má

ela não é boa nem má
ela está cega
porque, boa ou má
se alegraria com as luzes do circo
riria na cara do palhaço

ela não é boa nem má
ela está surda
porque, boa ou má
dançaria ao ouvir essa canção
seduzida pelas musas

ela, não é boa nem má
ela está muda
porque, boa ou má
cansaria-se do espetáculo
pediria pra parar

mas não
ela, nem boa nem má
impassível assiste a tudo
e, tal como Bartleby,
prefere não fazer

/

dilema para os momentos de distraçã




domingo, 18 de maio de 2014

Espantalho


Querer o sol foi demais,
- os Girassóis não são feitos assim, de mim
o Sol se riu
Enfim meu pranto secou.

Deixa pra lá
de tristezas eu me cansei
no campo o espantalho tem um lugar
ilusão que afasta os maus amores;
todos eles que cobiçam suas flores,
que lhe vêem e se lembram de suas dores
e se vão fingindo não crer
na mais bela flor que o medo afastou.

Ele falhou por disfarçar
o que não deveria negar
a esses dias de doce solidão
tecendo armadilhas de amor

Ah!
...
Nesse mundo só o moribundo
pode cantar
e viver
e andar sem qualquer rumo
ou destino nenhum
a não ser seu próprio túmulo.    

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Bjork

Bjork era filha de um rico fazendeiro em Uberlândia. Eu estava de visita no sítio da família. Ela tinha equipamentos eletrônicos que faziam sons maravilhosos, e de quando em vez ela se retirava junto aos seus familiares para fazer sons. Bjork me ouviu tocando uma de minhas músicas no violão. Numa tarde silenciosa ela me acompanhava por uma ponte estreita de madeira japonesa, a essa altura já estávamos secretamente atraídos um pelo outro. Ali, naquela ponte, eu mordi seus pequenos seios púberes, ao que ela respondeu com gemidos agudos, estranhos aos meus ouvidos até então. Com as mãos me colocou para dentro de si, e a partir desse momento eu não ouvia mais nada. Estava dentro de Bjork.