sábado, 8 de março de 2014

eu queria escrever.

Eu queria escrever. Qualquer sujeito que está começando uma segunda faculdade em Letras estaria escrevendo como um lunático. Acontece que eu não. Eu tenho carinho pelas palavras. Não quero usá-las. Ninguém gosta de se sentir usado. Quero amá-las da forma que não me é permitido amar a todas essas meninas que andam cheias de segredos, sempre se escondendo atrás de homens de sexualidade duvidosa. Que se escondam, pois na arte eu sou o que elas mais detestam; um verdadeiro cúmplice. Mas na vida, posso fingir ser a carcaça de homem que elas tanto acham que eu sou, logo querem que eu seja. Sou raso para elas.
E quando a superfície se quebra, meu abismo engloba seu entorno de pequenos precipícios e lagos profundos. O que se ergue é uma substância amorfa, sublimada, sobre a qual coloco minha assinatura como adorno, sabendo que foram elas. Foram elas que quebraram a porra da superfície.