domingo, 20 de janeiro de 2013

humilde poema da tartaruga

Tudo posso nos porões, nos poréns
e na poeira de um universo obsoleto.

Recolho virtudes descartadas à beira.

Nado cantando, canto bolhas de ar
manchas que desmancham na superfície.

Meu costume de tartaruga é debulhar discretamente
 um bocado de doçura do fundo do mar.

Ávido de vagarezas, promessas duradouras,
descanso meu rugor em minha casca dura.

Mas não sou de novidades. Os peixes que passam
me contam notícias de tudo quanto é lugar de passagem

...E amigos, só tenho três;
A esponja, o cachalote e o carangueijo.