domingo, 9 de dezembro de 2012

Amor vertebral

Amor platônico não diria, diria sim talvez um amor que sofre de sublimação precoce. O desejo, se existe ou existiu, se morreu, se virou slogan, música, canção, pintura, foto, texto, camisa, suor, não sei.
Sei que grande parte foi sublimado, sustentado por um anzol em cima de nossas cabeças e por isso que existe há tanto tempo e por isso não dá nem vontade de realizá-lo. Como uma coisa pode parecer tão mais bonita dependurada de cima das cabeças, tampando um céu grande e absurdo, tanto que não ousemos nem acreditar em Deus, por favor. Um bilhão de coisas estão se atraindo o tempo todo, instinto é algo muito mais intricado do que a gente pode imaginar. Está ligado a realidade absoluta, essa que a gente pode ver ou imaginar, mas é difícil tocar, e se dá pra tocar, é difícil ver ou imaginar. Um bilhão de coisas passando pelos cerebelos sustentados por uma coluna vertebral forte e definitiva. Não penso em voltar a andar de quatro patas, acho que a dúvida aterradora já me amedronta o suficiente para se tornar alimento.