quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eu não sei se queria escrever um romance, ou um livro sequer, na verdade estou de saco cheio de todos os livros da minha estante. Parecem carecer de tudo. Música, se fossem mais musicais eu iria gostar deles, se as palavras fossem ritmadas e levassem meus olhos para dentro como levam-me certas músicas os ouvidos - isso soa poético mas é verdade. Muitos deles(dos livros) fizeram com que eu me sentisse nas alturas quando eu era mais novo, mas hoje não parecem exercer efeito algum sobre mim.
Não, não quero mais ler os beatniks, estou de saco cheio da biografia do Kerouac e nem cheguei na metade. Às vezes penso que sou eu, eu que fali meus olhos ou perdi a disciplina que tinha na escola, mas não é assim.

Os livros de Hermann Hesse e Haruki Murakami estão fora dessa ok? Conheci Murakami por acaso aos 15 anos, porque gostei da capa de Norwegian Wood então comprei na hora(dessa forma também conheci a banda Queen, alguns anos antes).
Hermann Hesse, eu prefiro não contar sobre a ocasião em que me deram o livro - mas vale dizer que os livros tem uma espécie de magnetismo, que às vezes te chegam na hora certa. Não como pessoas. Pessoas só chegam na hora errada.
Não que os livros tenham perdido esse magnetismo que costumavam ter para mim, mas talvez eu não precise necessariamente deles agora.

Talvez eu precise de algo mais cruel. De uma mulher, diria qualquer um que se acha espertinho o bastante. Bom, não é bem isso. Uma mulher vai te agradar como puder, o que ela nunca vai te oferecer é uma solução. Talvez ofereça um filho, e ainda não é uma solução, é um subterfúgio. Então eu vou dizer ao meu filho, "vá, busque a solução, estude piano, bioquímica e inglês seu filho da puta, não vá perder a aula de acupuntura às seis", enquanto eu estaria num trabalho, sem gostar de livros ou de música, ou de nada. Apenas um neurótico criando outro neurótico no mundo. E eu sussuraria aos ouvidos da mulher gorda ao meu lado, bem debaixo dos lençois, "Parabéns...Parabéns...."

 nesses olhares não se vê um rastro de paixão, nem no meu. Mas a vantagem de ser meio louco e esquisito na vida é que você sempre sabe que o que você representa pras pessoas não é nada, nem a metade do que poderia emergir desse bicho esquisito dentro de você.
Então, existe essa outra pessoa, está em algum lugar na sua cabeça te enchendo o saco para procurar alguma coisa. Você nem é um tipo de intelectual, mas essa pessoa é tão insistente que você realmente começa a pensar o tempo todo em coisas cada vez mais intrigantes, e isso se torna uma espécie de retroalimentação. Eu sei que essa pessoa não sou eu, muito menos minha essência, e nesse ponto não há porque chamar de pessoa. Mas temos que ter um nome, e eu não vou usar Deus. A palavra deus é azul calcinha e não me lembra em nada isso que eu estou tentando explicar, o que me valeria um diploma de Esquizofrênico.

outra coisa só. o fato de não crermos em Deus não quer dizer que devamos agir como ratos, procurando estímulos aleatórios como se tudo fosse uma questão de pulsação no sangue, da aguinha que muda de cor quando temos um pensamento bonzinho e saudável, os filhotes da física quântica e da bondade autosustentável, DEUS, como isso pode ser irritante, e milhares, milhares, milhares de pessoas pensam assim. Eu prefiro ser um católico bunda mole se for o caso.
Quer dizer, existe um mundo além desse universozinho microscópico, e ele continua intrigante.