sexta-feira, 20 de junho de 2014

Nós estávamos dentro do cinema, numa cama para dois. Um filme era projetado na tela, mas não me lembro do que se tratava. Peguei ela pela cintura, e começamos a nos beijar ali naquela cama/poltrona. Ela então se colocou de pé sobre a cama para tentar tirar sua calcinha, tropeçando nos próprios pés. A nossa relação era baseada em acordos tácitos; ela tinha liberdade para se soltar(eu a aceitava mais do que os outros), e eu não tinha obrigação de dar satisfação a ninguém sobre meu "amor". Um homem atrás de nós soltou um resmungo. Tudo aquilo se tornava extremamente desconfortável para mim. Ela se atrapalhava com as suas roupas, eu fitava sua barriga branca infantil. Eu só queria que ela parasse com aquele transe histérico - que já estava atraindo a atenção dos demais -, que se deitasse em meus braços e me beijasse por um longo período de tempo. Então, de uma hora para outra ela saiu andando rapidamente, descendo pela sala até sair do cinema.
Eu não ousei sair de onde estava: esperei até o filme acabar. Tinha um mau pressentimento. O filme acabou, eu saí da sala e fui dar num estacionamento labiríntico e deserto. Comecei a correr, a descer os andares do que mais parecia ser cenário de filme policial. Um menino de uns 13 anos, branco, cabelo loiro raspado, saiu de um esconderijo (pelas vozes que ouvi haviam outros meninos ali), e deu de cara comigo. Olhei pra ele assustado, e ele me estendeu um baseado mal bolado, "quer?". Dei uma boa tragada e continuei descendo. Encontrei um Mcdonalds fechado. Pensei, "deve ser por causa das manifestações" e continuei perambulando, procurando por gente, procurando aonde estava o movimento. Mas a ela eu tinha certeza que havia perdido.